O binóminio Educação e Formação, fazem parte de um mesmo processo de aquisição e de renovação de conhecimentos nas sociedades contemporâneas, caracterizadas, designadamente, pela existência de alterações tecnológicas céleres e pela permanência das pessoas, por cada vez mais anos, no mercado de trabalho.

As exigências daí decorrentes fazem da aquisição de conhecimentos um importante factor de competitividade, entre indivíduos e sociedades, e impelem à institucionalização de um cada vez mais evidente regime de carreiras, fundado nas capacidades cognitivas, e a uma certificação de competências, forma de aproximar diferenças de gerações que se encontram no mercado de trabalho e de promover a simbiose entre aprender e saber fazer, como se tem verificado em toda a União Europeia.

Em matéria de Formação, o método de aprendizagem incortonável, continua a ser naturalmente o Presencial, significa isto que a Formação em sala e em grupo na presença de um formador coube a 87% dos inquiridos em 2016, num universo de 2.640 pessoas de empresas privadas em 6 países diferentes (Portugal, França, Itália, Espanha, Alemanha e Reino Unido), que tiveram Formação num contexto profissional .

OS COLABORADORES EUROPEUS PREFEREM
Formação em sala                   Formação                    blended
com um grupo                          Online               (combinação de ambos)
      87%                                     50%                                 46%
Em 2º lugar aparece posicionado a Formação online, com uma adesão de 50%, e por último surge a encerrar este triatulum, o blended learning com 46%. Este dois últimos métodos de Formação atrás referidos, apresentam resultados surpreendentes e em crescendo desde 2015. Este crescimento deveu-se sobretudo à explosão do mercado digital (smartphones / tablets), que num contexto pessoal e ou profissional permite o acesso ao conhecimento de indeferentes áreas e a qualquer momento.

Esta Nouvelle vague, de metodologias formativas, é bem-vinda nas empresas, uma vez que possibilita aos colaboradores apreenderem conhecimentos e pesquisarem informação de natureza técnica / comercial em qualquer momento e mesmo a partir de casa, reduzindo naturalmente e de forma substancial a rúbrica de custos com pessoal (Formação / Deslocação), e evitando a tarefa às vezes problemática de gerir as ausências dos colaboradores alvo de formação.

Desta forma, verifica-se uma tendência para que as Empresas maximizem a implementação destas ferramentas formativas da era digital (e-learning / blended learning), isto porque, tudo é analisado e consequentemente operiacionalizado numa lógica economicista.

Nestes últimos anos em que formei pessoas, assisti e participei na feitura de conteúdos para as várias metodologias atrás referênciadas. É possivel elaborar um diálogo entre vendedor e cliente em regime de e-learning e ou blended-learning, obviamente que sim e com uma tecnologia audio / video de excelência.

Mas quais são os seus principais impactos?

  •  No primeiro caso (e-learning) chega a ser fastidioso ouvir entrevistas de vendas / diàlogos com duração de mais de uma hora, até porque se perde muito o fio condutor da entrevista, e quando sabemos que ao fim de 20 minutos perdemos o foco da atenção;
  •   Na segunda metodologia (blended-learning), existe de facto a componente presencial, mas esta é espaçada no tempo, reduzindo significativamente a eficácia dos conhecimentos adquiridos anteriormente no e-learning.
  •   Existem limitações no ensino de matérias que envolvam uma forte componente prática ou laboratorial.
  •   Com a elevada quantidade de informação, por vezes chega confundir e consumir muito tempo aos formandos, não concluindo assim os conteúdos dentro do tempo esperado.Como tudo na vida, o equilíbrio é soberano. Apesar de ser possível a coexistência das várias metodologias formativas, a seleção de uma das mesmas a aplicar, necessita obviamente e sempre, de uma análise casuística no que concerne os objectivos a alcançar vs recursos a despender.É minha total convição que ferramentas de e-learning e ou blended-learning, deverão ser aplicadas sobretudo, sempre que se pretende transimitir conhecimento de natureza mais técnica (novos conceitos, melhorias, detalhes).

    No entanto, qualquer formação de cariz comercial / liderança / pessoas, carece obrigatóriamente da formula mais Prensencial (Sala). Mais do que o saber transmitido pelo formador (importante e expectável) , é determinante para o sucesso da ação, a interação do saber fazer (análise de problemas experiênciados e capacidade de resolução dos mesmos) entre os vários participantes, o feed back que se dá e a afetividade relacional que normalmente se estabelece .

Ao fim de dois a três dias em sala, saímos todos a ganhar!!!

 

José Teixeira

Março 2017